2026 se desenha como eleição perdida para a esquerda, mesmo sem Bolsonaro no páreo
- Redação - 79SE
- 23 de abr.
- 2 min de leitura
Brasília – 23 de abril de 2025O
cenário político brasileiro começa a ganhar contornos mais definidos rumo às eleições presidenciais de 2026. Com a economia em alerta e projeções fiscais preocupantes, cresce a percepção entre analistas e eleitores de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá dificuldades para se reeleger ou eleger um sucessor, independentemente do nome que represente a direita no pleito.
Durante as últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu publicamente que “as contas públicas não irão fechar em 2027”, gerando apreensão nos mercados e no meio político. A declaração foi interpretada como um reconhecimento do esgotamento fiscal que o atual governo poderá deixar como herança para o próximo presidente da República.
A oposição tem explorado esse desgaste, especialmente figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que ainda é visto como o principal nome da direita, apesar de enfrentar restrições legais. Caso Bolsonaro esteja elegível, lideranças conservadoras apontam para uma vitória acachapante, diante da deterioração econômica e da desilusão de parte do eleitorado com o governo petista. No entanto, mesmo que Bolsonaro não concorra, nomes como Michelle Bolsonaro, governador Tarcísio de Freitas (SP) e outros líderes do campo conservador aparecem como opções viáveis para consolidar a transferência de votos e garantir competitividade em 2026.
Para especialistas, o desgaste do governo Lula não está apenas no campo fiscal. A promessa de retomada econômica, justiça social e responsabilidade fiscal feita durante a campanha de 2022 encontra hoje obstáculos estruturais. A reforma tributária, embora aprovada em parte, ainda não surtiu efeitos concretos sobre o crescimento. O novo arcabouço fiscal, apesar de elogiado no início, perdeu credibilidade diante dos déficits acumulados e das dificuldades do governo em conter gastos obrigatórios.
Com o rombo fiscal já dado como certo para os próximos anos, mesmo dentro do próprio Ministério da Fazenda, o cenário eleitoral tende a ser marcado por um debate econômico intenso e pela cobrança sobre os compromissos do atual governo. A esquerda tentará defender os avanços sociais e institucionais do governo Lula, enquanto a direita se consolidará como alternativa para “reorganizar as finanças públicas” e “restaurar a confiança nos investimentos”.
O clima de incerteza ainda se soma às disputas internas nos dois campos políticos. No PT, há dúvidas sobre a viabilidade de uma nova candidatura de Lula, tanto por fatores de saúde quanto pelo peso político do desgaste fiscal. Já na direita, a indefinição sobre quem será o porta-voz do campo conservador alimenta expectativas e movimentações estratégicas de bastidores.
O que parece certo, até o momento, é que o Brasil caminha para uma eleição marcada por forte polarização, onde a economia — e especialmente o legado fiscal do atual governo — será o principal campo de batalha.
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